quinta-feira, 30 de abril de 2015

"Uma república de cidadões"

(...) A 25 de Abril, desgraçadamente, prosseguiu a nossa cultura de fechamento político — e essa é que é determinante.
Por isso, ao contrário do que dizem, o Presidente não se enganou quando no seu discurso de 25 de Abril nos chamou “uma República de cidadões”. Ainda falta um pouco para que as nossas elites nos promovam a cidadãos.- Rui Tavares - in Público

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O articulista foi benevolente ao dizer que "falta um pouco para que a nossas elites nos promovam a cidadãos". Pelo contrário falta muito, porque as elites não estão interessadas em promover os portugueses a cidadãos de corpo inteiro. E a tentativa abortada da proposta de lei para a cobertura das campanhas eleitorais, sem prévia consulta dos militantes dos partidos em causa e sem que os portugueses se apercebessem da urdidura, foi mais uma prova disso mesmo. Ficou a intenção. Na realidade a promoção dos cidadãos é um trabalho que tem de ser feito todos os dias por eles próprios, mesmo à revelia das elites e contra elas se tanto for preciso.

domingo, 26 de abril de 2015

A memória continua viva




 

Terminou o ainda feriado Nacional do 25 de Abril.
Vi e ouvi os discursos sobre a efeméride no Parlamento e li muitos comentários feitos nas redes sociais. Dei comigo a pensar. Relembrei a madrugada libertadora que esteve sempre no imaginário do povo e pôs termo à ditadura. Continuo a gostar e a ter esperanças naquilo que a gesta do 25 de Abril representa. Os militares entregaram o poder à sociedade civil tal como haviam prometido e aos portugueses foi dada a possibilidade de escolherem o seu próprio destino através de eleições livres. Mas o 25 de Abril é uma coisa abstracta e alguns políticos fizeram coisas concretas (como alguém já disse). Demasiado concretas e más que esvaziaram de sentido a chamada revolução dos cravos. Para muitos que tomaram as rédeas do poder, passou a ser a revolução dos interesses pessoais e de grupo e do capitalismo selvagem que defende vis interesses com o beneplácito de figuras conhecidas. E de tal forma e com tanto despudor o fizeram que puseram em risco os legítimos interesses do povo e do país. Muitos dos que nos têm governado pintam a democracia (deles) de branco por fora,  como faziam os fariseus hipócritas aos sepulcros, mas por dentro ela está cheia de toda a espécie de podridão.
Não tenhamos dúvidas.Para continuar Abril e o que o mesmo representa, precisamos de verdadeiros democratas, com mentalidade diferente, com outra estatura e que sintam o mesmo que o verdadeiro povo sente.

Viva o 25 de Abril e todos os militares que de cara lavada estiveram na sua génese, não esquecendo aquele que foi um dos seus mais puros e principal obreiro: o Capitão Salgueiro Maia.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Da Esperança da Revolução dos Cravos


"Na madrugada de 25 Abril de 1974, forças militares ocuparam pontos estratégicos em Lisboa e derrubaram a ditadura do Estado Novo, implantada também por militares em 1926."

Por ironia os militares de 1926 entenderam, quiçá com boas intenções, mas erradamente, que o povo não precisava de liberdade nem de sufragar o seu destino. Foram, pode dizer-se, um dos sustentáculo da ditadura durante mais de 40 anos. Todavia, foram também os militares, num gesto heróico e com risco da própria vida, 48 anos mais tarde, que decidiram pôr fim ao regime ditatorial de Salazar. Certamente que o fizeram de boa fé, decididos que estavam de dar voz ao povo e acabar com a guerra de África que sacrificou a juventude portuguesa durante 13 anos e cujo termo não se vislumbrava por incapacidade e autismo dos políticos de então. Mas dos militares de hoje, tal como os de ontem, podemos dizer, com mágoa, que também erraram. Não pela gesta de Abril, mas por terem entregue o poder demasiado cedo a alguns políticos que não o mereciam: uns porque nos quiseram impor regimes alheios, outros porque se têm aproveitado dele, vergonhosamente, para fins iníquos e mediatos. A prova disso é a situação em que o País se encontra.
Fernando Pessoa disse: "Cumpriu-se o mar e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal ".
Da esperança da Revolução dos Cravos que falta cumprir, podemos dizer hoje, tão somente e por enquanto, tal como Sofia de Mello Breyner:

"Esta é a madrugada que eu esperava.
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos
a substância do tempo."
 

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O pensamento do dia

Não basta pensar no povo para governar bem. Isso só se consegue quando os governantes sentirem o mesmo que o povo sente.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Candidatos a PR

Os candidatos a Presidente da Republica em 2016 são mais que muitos o que desvaloriza, de algum modo, a importância e a dignidade do mais alto cargo da República.
Fala-se insistentemente em Sampaio da Nóvoa para concorrer à próximas eleições para o lugar de Belém. Tido como independente diz que quer mudar o país, define-se a si próprio como anti-herói (citando Brecht) e sublinha: "Eu penso nos outros, logo existo’.
Pensar nos outros, talvez seja pensar como os outros. E como pensam aqueles que o apoiam e que têm sido os baluartes do sistema que tem levado os portugueses à pobreza e ao desespero? O ideal seria que qualquer candidato que se prepara para a grelha de partida dissesse: "sinto como os outros, logo existo."



quinta-feira, 9 de abril de 2015

A verdade sem complexos



Bom soldado foi quem quis,
mas alguns que conhecemos
negaram ao seu país
aquilo porque morremos....

(No cumprimento do dever- Povoação da Banga-Angola-C.Artª.87- 1961/63)